A Promotoria de Paris chegou a uma conclusão sobre as investigações do trágico acidente do voo AF 447 da Air France, entre Rio de Janeiro e Paris, que vitimou 228 pessoas, em 2009. Os promotores franceses recomendaram a acusação da companhia por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, apontando negligência e imprudência no caso. A promotoria recomendou ainda o encerramento do processo contra a Airbus.
Em acusação datada do último dia 12 de julho (sexta-feira), obtida com exclusividade pela Agência France Presse (AFP), os promotores concluem que a Air France estava ciente dos problemas técnicos com o instrumento chave de medição de velocidade do A330, devido a diversos incidentes ocorridos nos meses anteriores. No entanto, segundo a acusação, a empresa não informou ou sequer treinou os pilotos sobre como resolver o problema.
A decisão de aceitar a acusação agora cabe à justiça francesa. Caso os magistrados sigam a recomendação da promotoria, a Air France ainda pode entrar com uma apelação sobre a decisão de levar o caso a julgamento.”Essa negligência e descuido certamente estão relacionados ao acidente, pois os pilotos, insuficientemente informados, sentiram uma forte surpresa quando o piloto automático desligou, e não conseguiram ter a reação adequada”, diz a promotoria.
O Acidente
O voo AF447 decolou do Aeroporto do Galeão às 19:29 hrs do dia 31 de maio de 2009 e deveria pousar no Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle aproximadamente 10:30 hrs depois, às 11:03 hrs (horário de Paris – 06:03 hrs no Brasil, do dia seguinte). Após pouco mais de duas horas de voo aconteceu o último contato com a tripulação, quando a aeronave sobrevoava o Oceano Atlântico, e se aproximava do fim da cobertura do espaço aéreo brasileiro.
Aproximadamente 40 minutos depois, aproximadamente a 1.220 km da costa de Natal (RN), a aeronave emitiu diversas mensagens automáticas indicando problemas elétricos e perda de pressurização da cabine. O avião mergulhou no Atlântico, durante uma tempestade, em virtude de um defeito nos sensores de velocidade, chamados tubos de pitot, que confundiram os pilotos, desligaram o piloto automático, e causaram a desorientação na cabine.
Dados da caixa preta mostraram que os tubos de pitot da aeronave haviam congelado, desencadeando uma sequência de eventos no cockpit. A ausência dos sensores fez com que os pilotos não identificassem a perda de velocidade, e também não percebessem a queda livre até segundos antes do Airbus A330 mergulhar no oceano a 200 km/h. Um relatório de 2012 da BEA, investigador de acidentes aéreos da França, concluiu que a tripulação mal preparada não reagiu corretamente quando o Airbus perdeu altitude após os sensores de velocidade congelarem.
O acidente, que completou dez anos no último dia 31 de maio, foi o maior da história da companhia - na qual entre as vítimas, estavam passageiros de 34 diferentes nacionalidades. A busca pelos destroços levou mais de dois anos. As partes da aeronave foram localizadas no Brasil, a uma profundidade de 3,9 mil metros, e só foram encontradas por submarinos controlados remotamente. As primeiras investigações inciaram com a Airbus e a Air France indiciadas em 2011. No entanto, avaliações dos peritos em 2012, e em 2017, levaram a decisão para a Promotoria de Paris.
Em acusação datada do último dia 12 de julho (sexta-feira), obtida com exclusividade pela Agência France Presse (AFP), os promotores concluem que a Air France estava ciente dos problemas técnicos com o instrumento chave de medição de velocidade do A330, devido a diversos incidentes ocorridos nos meses anteriores. No entanto, segundo a acusação, a empresa não informou ou sequer treinou os pilotos sobre como resolver o problema.
A decisão de aceitar a acusação agora cabe à justiça francesa. Caso os magistrados sigam a recomendação da promotoria, a Air France ainda pode entrar com uma apelação sobre a decisão de levar o caso a julgamento.”Essa negligência e descuido certamente estão relacionados ao acidente, pois os pilotos, insuficientemente informados, sentiram uma forte surpresa quando o piloto automático desligou, e não conseguiram ter a reação adequada”, diz a promotoria.
O Acidente
O voo AF447 decolou do Aeroporto do Galeão às 19:29 hrs do dia 31 de maio de 2009 e deveria pousar no Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle aproximadamente 10:30 hrs depois, às 11:03 hrs (horário de Paris – 06:03 hrs no Brasil, do dia seguinte). Após pouco mais de duas horas de voo aconteceu o último contato com a tripulação, quando a aeronave sobrevoava o Oceano Atlântico, e se aproximava do fim da cobertura do espaço aéreo brasileiro.
Aproximadamente 40 minutos depois, aproximadamente a 1.220 km da costa de Natal (RN), a aeronave emitiu diversas mensagens automáticas indicando problemas elétricos e perda de pressurização da cabine. O avião mergulhou no Atlântico, durante uma tempestade, em virtude de um defeito nos sensores de velocidade, chamados tubos de pitot, que confundiram os pilotos, desligaram o piloto automático, e causaram a desorientação na cabine.
Dados da caixa preta mostraram que os tubos de pitot da aeronave haviam congelado, desencadeando uma sequência de eventos no cockpit. A ausência dos sensores fez com que os pilotos não identificassem a perda de velocidade, e também não percebessem a queda livre até segundos antes do Airbus A330 mergulhar no oceano a 200 km/h. Um relatório de 2012 da BEA, investigador de acidentes aéreos da França, concluiu que a tripulação mal preparada não reagiu corretamente quando o Airbus perdeu altitude após os sensores de velocidade congelarem.
O acidente, que completou dez anos no último dia 31 de maio, foi o maior da história da companhia - na qual entre as vítimas, estavam passageiros de 34 diferentes nacionalidades. A busca pelos destroços levou mais de dois anos. As partes da aeronave foram localizadas no Brasil, a uma profundidade de 3,9 mil metros, e só foram encontradas por submarinos controlados remotamente. As primeiras investigações inciaram com a Airbus e a Air France indiciadas em 2011. No entanto, avaliações dos peritos em 2012, e em 2017, levaram a decisão para a Promotoria de Paris.
Fonte: Mercado & Eventos - Aviação