Em novembro, 86% das operadoras BRAZTOA realizaram vendas, percentual que apresenta, pela primeira vez, pequena queda em relação a outubro (92%). A evolução das vendas vinha em cautelosa e constante evolução desde abril, mês no qual este índice foi de 46%.
Vista de ponto turístico, em Salvador, Bahia, Brasil - uma das regiões que se destacaram nas vendas das operadoras da Braztoa. (©Braztoa) |
A cada mês, os números do setor de turismo se moldam como um retrato fiel do cenário da evolução da pandemia, mas dependem de outros fatores importantes para a sua consolidação, como o árduo trabalho das empresas e entidades em busca de conscientização coletiva e alternativas que garantam sua sobrevivência e sustentabilidade em meio à crise.
Quando o assunto é volume de vendas, uma melhora importante: o número de empresas cujo faturamento ainda é 90% menor do que em 2019 caiu para 24% (em outubro era 35%). Já 26% das operadoras apontaram um faturamento equivalente a 50 a 100% se comparado a novembro de 2019, enquanto as empresas que faturaram entre 11% e 50% ficaram em 38%.
Pelo terceiro mês consecutivo, a tendência de aquisição de viagens com maior antecedência permanece, fato que reforça que o consumidor tem canalizado seu desejo de viajar no planejamento desse momento, tudo feito com calma e com a esperança de que acontecimentos importantes, como a aprovação de uma vacina e a abertura de fronteiras, tornem o ambiente mais seguro.
Os embarques para o primeiro semestre de 2021 lideraram as vendas das operadoras BRAZTOA em novembro (apontado por 73% das empresas), já as viagens que acontecerão no segundo semestre de 2021 fizeram parte da comercialização de 36% das operadoras.
Mas o penúltimo mês do ano, que antecede o auge da alta temporada também foi marcado por um considerável volume de comercialização de viagens que acontecerão ainda em dezembro de 2020 (61%) e, também, pelas vendas de última hora, cujas viagens aconteceram no próprio período do levantamento (indicado por 45% das empresas).
Estes índices podem ter motivação no aumento da confiança nos protocolos adotados pelos empreendimentos, destinos e profissionais do setor. Mas paralelamente, há um esforço de todo o setor na sensibilização do cidadão quanto a sua própria responsabilidade na adoção de medidas como: uso constante da máscara, do álcool em gel e da manutenção do distanciamento. Com medidas simples, é possível desfrutar de cada momento da viagem, com muito mais segurança.
Mais uma vez, a região Nordeste se destacou, fazendo parte das vendas da maior parte das operadoras. A região Sul aparece em segundo lugar, seguida do Sudeste. As regiões Norte e Centro-Oeste figuram em quarto e quinto lugares, respectivamente. Entre os destinos nacionais mais comercializados em novembro, destacam-se Bahia, Pernambuco, Ceará, Serras Gaúchas – com destaque para Gramado, além de São Paulo e Rio de Janeiro.
No internacional, o México, com destaque para Cancún, e República Dominicana, também com Cancún, asseguraram a preferência pela região do Caribe. Na América do Sul, o Chile lidera, seguido pela Argentina. Já no continente Asiático, Maldivas e Dubai se destacam e ganham espaço frente a destinos mais tradicionais. Estados Unidos e Portugal também aparecem no ranking.
Segurança
A pesquisa também traz dados sobre a aquisição de seguros-viagem, um componente importante nas vendas e que vai ao encontro do principal ponto de atenção das pessoas na hora de decidir sua viagem: a segurança, principalmente neste momento em que o mercado apresenta opções com cobertura exclusiva para a Covid-19. Mais de 60% das operadoras BRAZTOA apontaram que a aquisição de seguros se manteve estável ou cresceu entre as demandas.
Gestão, Expectativas E Oportunidades
Mesmo levando em conta a melhoria paulatina dos negócios, para cerca de metade das operadoras, o faturamento dos meses de dezembro e janeiro não atingirá 50% em comparação ao mesmo período de 2019. Ao fazer um recorte específico para duas datas importantes para o Turismo, como Natal e Réveillon, o número de empresas que não espera chegar a 50% do que foi faturado no ano anterior sobe para pouco mais de 60%.
Em relação à gestão, 20% das operadoras sinalizou a pretensão de fazer contratações nos próximos dois meses. Já 55% das empresas pretendem utilizar ferramentas e medidas governamentais que possibilitem redução de jornada e salários, com o intuito de manter sua equipe.
Chama a atenção, neste contexto em que as empresas ainda lutam para recuperar sua capacidade de geração de negócios e de empregos, que esteja em discussão a manutenção da modalidade de contrato de trabalho intermitente. Esta ferramenta possibilitou a criação de significativo número de empregos formais e sua permanência, sobretudo no momento atual, é vital para o turismo e inúmeras outras atividades econômicas.
“O Turismo é um setor sensível aos acontecimentos e à evolução da pandemia. Em 2020, aprendemos que dependemos uns dos outros. Se, por um lado, o setor de Turismo criou e instaurou uma série de protocolos de saúde e segurança para as viagens, por outro, precisamos da adesão irrestrita por parte dos viajantes. Nós precisamos estar mais juntos e conectados do que nunca para vencer essa batalha contra o Covid-19, que ainda não acabou. Enfrentamos esta crise sem precedentes com muita união, trabalho, criatividade e coalizões que nasceram nos últimos meses e esperamos que se tornem ainda mais fortes e eficientes na luta por importantes pleitos do setor, que ainda não foram superados, como a questão do Imposto de Renda sobre Remessas ao Exterior, entre tantos outros”, disse Roberto Haro Nedelciu, presidente da BRAZTOA.