O presidente da AHP - Associação da Hotelaria de Portugal considera “lamentável” que, vistas as limitações impostas, o Governo não tenha decretado o encerramento dos hotéis para que pudessem aceder ao regime de lay-off simplificado.
Raul Martins, presidente da AHP. (© PressTur) |
Em causa está a decisão do Governo de que bares e restaurantes de hotel só podem funcionar para entrega nos quartos dos hóspedes (room service) ou para disponibilização de refeições ou produtos embalados à porta dos hotéis (take-away), como acontece nos restaurantes e cafés.
A AHP, porém, considera “incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes, como até aqui” e acrescenta que a maioria das equipes da hotelaria já estão em lay-off, “havendo redução substancial dos trabalhadores, pelo que não há sequer capacidade para prestar o serviço em room service, como é agora indicado pela lei”.
“Manter as unidades abertas sem poder prestar serviços é absurdo”, enfatizou o dirigente, que lamenta que a Associação não tenha sido consultada antes da imposição das novas medidas para a contenção da covid-19.
“Teríamos esclarecido que a maioria dos hotéis não tem room service (apenas nas unidades de cinco e de quatro estrelas, estas com limitações)” e “podíamos ter informado o Governo que a pouca ocupação da hotelaria é com pessoas que estão em teletrabalho ou por razões de índole profissional”, frisou Raul Martins, acrescentando que teria ainda “esclarecido que os poucos empregados de mesa que ainda estão trabalhando não são trabalhadores que fazem room service”.
A imposição destas medidas implica, segundo Raul Martins, “compensações a fundo perdido, o reforço e alargamento dos apoios financeiros às empresas e uma via-verde para o acesso às medidas de lay-off simplificado”.