O certificado sanitário para facilitar a livre circulação na União Europeia no contexto da pandemia de covid-19 deverá entrar em vigor no dia 1º de julho, segundo o compromisso político alcançado entre a presidência portuguesa do Conselho e o Parlamento Europeu.
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A nível do Conselho (Estados-Membros), que havia dado um mandato à presidência portuguesa para negociar com o Parlamento Europeu (PE), o compromisso seria analisado já ontem de manhã, em sede de Comitê de Representantes Permanentes, ou seja, numa reunião dos embaixadores dos 27 em Bruxelas, atualmente presidido pelo embaixador Nuno Brito, que liderou as negociações por parte do Conselho.
Por seu lado, o negociador-chefe do Parlamento Europeu, o espanhol Juan Fernando López Aguilar, indicou na mesma quinta-feira (20) que o texto vai a votos na comissão parlamentar de Liberdades Civis – à qual preside – já na próxima quarta-feira, 26 de maio, e deverá ser adotado pelo conjunto do plenário na sessão que decorrerá entre 7 e 10 de junho.
Após estes procedimentos, a presidência portuguesa do Conselho, a assembleia e a Comissão Europeia assinarão a legislação, com vista à sua entrada em vigor em 1º de julho.
O acordo interinstitucional provisório em torno da implementação de um certificado sanitário covid-19 foi alcançado, também, na quinta-feira (20) ao final da tarde, na quarta ronda do trílogo, a designação dada às reuniões que juntam representantes das três instituições da UE envolvidas nos processos legislativos.
Esta era a derradeira tentativa de um entendimento interinstitucional, a poucos dias de um Conselho Europeu extraordinário (24 e 25 de maio), que tem entre os principais assuntos em agenda a implementação do certificado - que, de acordo com o compromisso ‘fechado’, terá então a designação de “Certificado Digital Covid-19 da UE”, a tempo do levantamento de restrições de viagens para a época turística do Verão.
Este ‘livre-trânsito’, que estará disponível em formato digital e papel, é considerado um elemento fundamental para ajudar à recuperação econômica da Europa no contexto da crise pandémica, designadamente para que “turismo possa ser uma fonte de reanimação da economia este verão”, como apontou recentemente o primeiro-ministro e presidente em exercício do Conselho da UE, Antônio Costa.
Os setores do turismo e das viagens representam cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) europeu.