A situação dos aeroportos na Europa está melhorando gradualmente, com atenuação das quebras de passageiros face aos períodos pré-pandemia, mas ainda assim registam a perda de 1 bilhão de passageiros face a 2019, afirma uma declaração do diretor-geral da ACI Europa (Airports Council International), que diz representar mais de 500 aeroportos em 55 países.
A conclusão de Olivier Jankovec, citado em comunicado da associação, é que “2021 não vai ser o ano da nossa recuperação — longe disso”, sublinhando que a quebra que se verifica este ano é maior do que a que ocorreu em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19.
O director-geral do ACI Europe assinala que neste quadro os aeroportos operam com base em endividamento e alerta que as perspetivas para depois do ‘pico’ do Verão “permanecem incertas”, dependem de progressos na vacinação tanto na Europa como globalmente e, de forma crucial, “de mais governos permitirem e efectivamente facilitarem as viagens”.
Olivier Jankovec destacou a esse propósito que as atenções estão centradas no mercado dos Estados Unidos que permanece fechado para os viajantes europeus, “aumentando a frustração dos dois lados do Atlântico a cada dia”.
Segundo os dados mais recentes do ACI, em Julho os aeroportos europeus tiveram uma quebra de passageiros em relação ao mês homólogo de 2019 de 51% ou 132,7 milhões, depois de no primeiro semestre terem registado um decréscimo de 76,9%, ficando inclusivamente 36,2% abaixo do primeiro semestre de 2020.
Esta quebra é o resultado da reposição, no início do ano, de restrições por vários Estados europeus, com impacto em todo o continente, mas de forma mais intensa na União europeia, Espaço Econômico Europeu, Suíça e Reino Unido.
Assim se explica que a liderança dos aeroportos europeus em número de passageiros no primeiro semestre tenha pertencido à Rússia e Turquia, que tiveram quebras de 27,2% e 59,7%, respectivamente, enquanto a quebra média nos aeroportos da União Europeia foi de 82,6%.
Dessa forma, Istambul Ataturk, em que a queda face a 2019 foi de 62,1%, ascendeu a primeiro aeroporto europeu no semestre em número de passageiros, com 12,1 milhões, enquanto Londres Heathrow, tradicionalmente o maior da Europa, com uma queda de 75,1% face a 2019, não entrou sequer no Top 10, tendo ficado em 14º, com 3,8 milhões de passageiros.
E situações semelhantes ocorrem nos restantes maiores aeroportos europeus, dos quais só Paris CDG, Madrid, Frankfurt e Amesterdã Schiphol chegaram ao Top 10, respectivamente no 7º lugar, com 6,62 milhões de passageiros (-81,8% que em 2019), 8º lugar, com 6,51 milhões (-77,7%), 9º lugar, com 6,49 milhões (-80,7%), e 10º lugar, com 5,6 milhões (-83,8%).