O CEO do grupo Ryanair, Michael O'Leary, esteve esta manhã em Lisboa para apresentar a nova programação da low cost para o Inverno e, sobretudo, para ampliar a campanha contra a TAP, desta vez acusando a companhia aérea portuguesa de bloquear slots no Aeroporto de Lisboa, embora reconhecendo que não viola a lei.
O'Leary acusou a TAP de solicitar faixas horárias para aterrissagens e decolagens (slots) no Aeroporto de Lisboa, que sabe que não irá utilizar, bloqueando assim o crescimento da Ryanair e de outras companhias aéreas.
Michael O'Leary acusou a companhia aérea portuguesa de cancelar cerca de 40% dos seus slots em Lisboa, que são um ativo que vale milhões de euros, sem o fazer com antecedência para que possam ser utilizados por outras companhias aérea, ou seja, sem os dar de mão beijada à concorrência.
O executivo reconheceu que este comportamento de que acusa a TAP está dentro da lei, uma vez que, devido à pandemia de covid-19, a Comissão Europeia reduziu para 50% o número de slots que as companhias aéreas são obrigadas a utilizar para não os perderem.
O que Michael O'Leary questiona é se o governo português, que é praticamente acionista único da TAP, vai continuar a permitir que a companhia aérea utilize esta estratégia, alegadamente comprometendo o aumento de tráfego no aeroporto da capital.
"Se a TAP levantasse 200 slots por semana, poderíamos ter mais quatro aviões em Lisboa, mais cerca de um milhão de passageiros por ano", garantiu o executivo.
A Ryanair anunciou para este Inverno mais 26 rotas de/para Portugal, 22 das quais serão de/para Lisboa, um dos poucos aeroportos em que opera e em que não é líder, incluindo destinos como Agadir, Fez, Oujda (Saïdia) e Marraquexe, em Marrocos.
A programação de Inverno para Lisboa, com um total de 50 rotas, também inclui voos para Barcelona, Madrid, Alicante, Tenerife, Lanzarote, Billund, Baden, Perpignan, Brest, Palermo, Tours, Wroclaw, Alghero, Birmingham, Bournemouth, Bari, Malta e Colônia.
As novas rotas do Porto para este Inverno são para Fez, Agadir e Bari. Em Faro, que é o aeroporto português para onde a TAP menos voa e que é essencialmente de incoming de turistas e onde é líder de mercado, a Ryanair anunciou hoje apenas uma novidade, Baden, sem especificar, como nos restantes casos, número de voos por semana para cada destino.
A companhia aérea já tinha anunciado que planejava ter mais três aviões em Lisboa a partir de novembro, com um investimento que diz ser de 300 milhões de dólares, que é o preço dos aviões, como se eles ficassem definitivamente alocados a aeroportos portugueses.