A cidade italiana de Veneza vai cobrar entrada aos visitantes a partir do próximo Verão, avançou a imprensa italiana no sábado, indicando que poderá custar entre 3 e 10 euros, consoante o dia e o número de pessoas esperado.
Os residentes da região do Veneto estão isentos do pagamento, embora não esteja excluído que sejam obrigados a reservar a visita, exceto crianças menores de seis anos, familiares dos residentes até ao terceiro grau e familiares de pessoas que arrendem casa no município, escreve a agência Lusa, citando a imprensa italiana.
A reserva será feita através de uma aplicação ou na web, com um código QR que será utilizado através de leitores ópticos torniquetes, parte de um sistema tecnológico que inclui mais de 500 câmaras de alta definição que as forças de ordem utilizaram durante a Economia do G20 em julho e uma centena de sensores via smartphones que conectam as redes móveis de quem está na cidade.
Os testes começam em setembro na ilha de Tronchetto, onde está localizado o comando da polícia local e onde todo o território é controlado digitalmente.
Nos primeiros dez dias de agosto chegaram a Veneza pessoas de 136 países diferentes, registrando-se picos de 85 mil visitantes em 5 de agosto e de 80 mil em 18 de agosto, enquanto nos restantes foram quantificados entre 50 e 60 mil, embora ainda longe dos números pré-pandemia, quando a média de verão era de 110 mil visitantes diários, de acordo com "Il Corriere della Sera".
A cobrança tem gerado polêmica, com muitos a consideram tratar-se de "uma medida inconstitucional e contrária à legislação europeia", como o conselheiro Marco Gasparinetti, para quem algo assim "poderia ser feito para uma área limitada, como a Praça de São Marcos, mas não numa cidade inteira, e supõe a consagração" de Veneza como parque temático.