Leonardo Brunelli, diretor da 7Shipping, empresa especializada no transporte e repatriação de tripulantes, acredita que os protocolos sanitários já validados com navios cargueiros são seguros e irão nortear essa retomada dos cruzeiros
Após recente decisão do Governo Federal autorizando o retorno dos cruzeiros no Brasil, começaram os preparativos para a temporada que deve gerar 35 mil novos empregos e R$ 2,5 bilhões em receitas, conforme dados da CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos).
Além de toda atenção com os passageiros, os cuidados com a tripulação serão essenciais para manter a segurança a bordo e consequente sucesso da temporada, como alerta Leonardo Brunelli, diretor da 7Shipping, empresa especializada no transporte e repatriação de tripulantes, que realizou o procedimento com mais de 4 mil embarcados no auge da pandemia.
"O trajeto de um tripulante até o seu local de trabalho envolve muitas etapas que vão desde uma simples quarentena pré-embarque, até a entrega de testes RT-PCR, comprovantes de vacinação, aferição de temperatura, laudos médicos, transporte e, em alguns casos, até hospedagem. Esse é um processo que merece toda atenção e cuidado para evitar o contato com muitas pessoas e diminuir os riscos de infecção", ressalta.
De acordo com o Brunelli, os protocolos sanitários já validados na atuação com tripulação de navios cargueiros, os quais não pararam durante a pandemia, provaram ser extremamente úteis e seguros e, certamente, serão o guia para essa retomada com os marítimos dos cruzeiros, respeitando e adequando às peculiaridades de cada segmento.
O executivo aponta ainda que a recepção e traslado desses profissionais que estarão trabalhando nos cruzeiros (e os quais são 99% estrangeiros, com boa parte de países como Filipinas, Índia, Myanmar e Honduras) deverão ser feitos de maneira criteriosa. "Desde o início da pandemia adotamos o uso da separação de acrílico em nossa frota, respeitando a permanência de apenas um passageiro por veículo, além da realização de testes antígenos de nossos colaboradores. No caso do transporte realizado com ônibus, nunca utilizamos a lotação máxima. A média é de 10 a 15 pessoas em um veículo de 50 lugares, por exemplo", comenta.
Além desse distanciamento, para limpeza e desinfecção dos carros, vans e ônibus também foram criadas medidas específicas, com treinamento e rotina diária para execução. "Nossos motoristas são orientados a fazer a desinfecção após cada troca de passageiro, sendo primordial a limpeza de itens como bancos, volantes, freio de mão, câmbio e até puxadores de porta internos e externos", ressalta. "Estamos lidando com saúde e por isso a grande preocupação da Anvisa com os cuidados com todos os envolvidos. E temos que respeitar. Não pode haver meio termo nessa questão, nem o ´jeitinho´. Temos que executar o que é correto", finaliza Leonardo Brunelli.