O Chief Commercial Officer da ANA Aeroportos, Francisco Pita, alertou hoje para a urgência de aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa, indicando que os movimentos de aeronaves na Portela atingiram “em muitos dias de novembro” números idênticos a 2019.
"Temos que ter consciência de que quando falamos em recuperações em novembro na ordem dos 80%, isso significa uma recuperação muito superior em número de movimentos [aterrisagem e decolagem], porque os load factor [ocupação] ainda está relativamente modesto", salientou Francisco Pita, que falava no 46º Congresso da APAVT, em Aveiro.
Os dados mostram que "em muitos dias de novembro já tivemos movimentos na Portela idênticos aos que tivemos em 2019", antes da pandemia de covid-19, esclareceu o executivo.
Perante este cenário, Francisco Pita sublinha que "temos de fato necessidade de um aumento rápido da capacidade aeroportuária na região de Lisboa se queremos continuar a crescer".
Para o administrador da ANA, a solução aeroportuária para a região de Lisboa "depende de dois fatores, de quando é que se toma a decisão e da decisão que se toma".
A solução do Montijo "demora quatro anos a construir, outras soluções demoram certamente mais", frisou. "Muitas vezes as pessoas questionam os quatro anos, mas se pensarmos num estádio de futebol, por exemplo, o estádio de Alvalade levou dois anos e meio, três anos a construir. Quatro anos para construir um aeroporto não é nada de extraordinário, os aeroportos não se constroem de um dia para o outro. Temos que ter consciência disso".
Apesar da recuperação do número de movimentos de aeronaves para níveis "idênticos" a 2019, a nível de tráfego de passageiros, o aeroporto de Lisboa "está recuperando mais devagar" que os outros aeroportos da rede da ANA, "fruto da quantidade de tráfego intercontinental que tem e da proporção do tráfego corporate".