Ao longo de mais de 2.000 quilômetros, as rotas vinícolas da Argentina são um show e o espetáculo da colheita começa em fevereiro
Final de ano é época de festas, e também de planejar viagens sonhadas. Depois de tanto tempo de isolamento, muita gente anseia por viver experiências como se hospedar em uma vinícola e acompanhar a colheita das uvas.
Vista de Mendoza. (© Inprotur) |
Para os brasileiros, essa é a melhor época para programar essas aventuras sensoriais, com a proximidade da safra na Argentina, maior produtor do hemisfério Sul, o mais próximo, e lar de alguns dos principais vinicultores do mundo.
Lá a colheita começa no final de fevereiro e, além de ser uma atração à parte, é uma ótima desculpa para uma visita às vinícolas. O problema é escolher os destinos, já que a Rota dos Vinhos no país hermano tem mais de 2.000 quilômetros de extensão e vai desde o Norte, onde se produzem vinhos brancos perfumados e refrescantes, até a Patagônia, onde há Malbecs espetaculares. Na prática são diversas rotas do vinho, que podem ser conhecidas em detalhe no site Argentina Turismo.
A excelência dos tintos e brancos e a proximidade geográfica não são os únicos atrativos. Outro fator que pesa na decisão dos viajantes é o custo-benefício, já que o câmbio favorável permite experiências que seriam inacessíveis em outros centros vinícolas do mundo. Em todo o território do país os vinhedos estão próximos de montanhas cinematográficas, que convidam também a fazer trilhas e turismo de aventura.
Mendoza é a Meca dos enófilos, onde se produzem os melhores vinhos da uva Malbec, que nasceu na França mas encontrou nos vales e montanhas da região seu ambiente ideal. Ali, no Vale de Uco, fica a Bodega Catena Zapata, onde foram feitas as pioneiras pesquisas sobre o cultivo da variedade nas altitudes onde produz seus melhores resultados.
Há mais de 80 vinícolas na área, incluindo celebridades como a Zuccardi, eleita duas vezes como a melhor do mundo no ranking World’s Best Vineyards, que atrai até os abstêmios por causa de um restaurante de nível internacional e um projeto arquitetônico inovador, totalmente integrado às montanhas que a envolvem.
A região conhecida como Cuyo se estende até San Juan, que é depois de Mendoza a segunda província que mais produz vinho no país. Nos vales de Tulum, Zonda e Ullum, o Malbec também é o rei, mas há diversas outras variedades cultivadas - de um ambiente que tem diversidade e misturas com Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Barbera, além de variedades brancas como Sauvignon Blanc, Chardonnay, Riesling, Semillón e Chenin Blanc.
Dezenas de bodegas boutique, muitas delas familiares, lideram a experimentação. Mas os destinos vão mais além. No Norte o destaque é Salta, onde são produzidos brancos com a uva Torrontés, outra estrela dos solos argentinos que produz bebidas extremamente aromáticas. No Sul a Patagônia, nas províncias de Rio Negro e Neuquén, produz não apenas Malbecs refinados, mas também bebidas produzidas com uvas de clima mais frio, como Sauvignon Blanc e Pinot Noir. O mais difícil é escolher - a não ser, é claro, que o viajante queira conhecer tudo.
Como chegar: San Juan, Salta, Rio Negro e Neuquén tem voos partindo de Buenos Aires. Para Mendoza, pode-se tomar um voo direto de São Paulo ou sair de diversas capitais brasileiras fazendo apenas uma escala.