A VILA GALÉ HOTÉIS, que está recuperando-se de quebras da pandemia mais rapidamente no Brasil que em Portugal, tem “perspectivas animadoras” para este ano, mas ainda sem superar em Portugal os resultados anteriores à pandemia.
Gonçalo Rebelo de Almeida. (© PressTur) |
O administrador do grupo, Gonçalo Rebelo de Almeida, começou por afirmar hoje em conferência de imprensa no Estoril que o ano de 2021 ainda foi “um ano bastante difícil para o setor do turismo, melhor que 2020, mas ainda longe dos níveis pré-pandemia”.
Em Portugal, onde tem 27 hotéis, as receitas do grupo ficaram em 59 milhões de euros, menos 50% que em 2019, último ano antes da pandemia.
Ainda assim, os resultados de 2021 mostram uma melhoria face ao ano anterior, em que a quebra das receitas chegou a 70%. Em 2020 “quase não tivemos turistas estrangeiros em Portugal”, mas em 2021 “já recuperámos alguns mercados internacionais, quase exclusivamente europeus", disse Rebelo de Almeida.
O administrador especificou que, antes da pandemia, os hóspedes dos hotéis Vila Galé em Portugal eram, em média, 65% estrangeiros e 35% portugueses e, com a pandemia e as restrições de viagens, a proporção inverteu-se.
Já no Brasil, onde é líder na oferta de resorts de praia, a quebra de receitas da Vila Galé foi menor e a recuperação, mais rápida. As receitas chegaram a 325 milhões de reais, menos 15% que em 2019. Em 2020 a quebra tinha sido de 50%.
A Vila Galé, 2º maior grupo hoteleiro português, tem nove hotéis no Brasil, a que juntará em junho um resort em Alagoas.
Os resultados foram melhores no Brasil do que Portugal por vários motivos, designadamente porque as vagas da pandemia chegaram em épocas de procura diferentes, afetando mais as épocas altas em Portugal que no Brasil, indicou Gonçalo Rebelo de Almeida.
Por outro lado, os brasileiros viajaram mais no Brasil e menos para fora, por um lado devido à desvalorização do real em cerca de 30%, que tornou as viagens ao estrangeiro mais caras, e, por outro, devido às restrições impostas no estrangeiro a turistas brasileiros e à redução da oferta de voos internacionais.
A quebra de 15% das receitas da Vila Galé no Brasil deveu-se sobretudo aos hotéis de cidade, indicou Gonçalo Rebelo de Almeida, sublinhando que houve resorts no Brasil que superaram as receitas pré-pandemia.
Para este ano, as previsões são positivas. Desde meados de janeiro que as reservas sobem a cada semana face à anterior. “Março vai ser francamente melhor que fevereiro” e “alguns hotéis em abril já vão ter taxas de ocupação acima de 60%”, um recorde para este mês em pandemia.
Com todos os hotéis abertos em Portugal a partir deste fim-de-semana, a Vila Galé prevê fechar o ano entre 10% e 15% abaixo de 2019, pré-pandemia.
Gonçalo Rebelo de Almeida indica que há segmentos de turismo que estão recuperando, mas outros, por serem programados com maior antecedência, já têm “o primeiro semestre queimado”, nomeadamente os circuitos e excursões e os eventos e congressos.