Procura por viagens internacionais ganhou força no primeiro trimestre do ano, mas nacional segue na frente
Férias, verão, retorno dos cruzeiros, guerra da Ucrânia, variação cambial. O dinamismo do turismo tem seu ritmo e seu rumo ditados pelos acontecimentos. E grandes episódios no Brasil e no mundo foram ingredientes que não faltaram nos três primeiros meses deste ano, período de pesquisa do primeiro Boletim Braztoa 2022, que é elaborado em parceria com a SPRINT Dados, traz dados do primeiro trimestre de 2022 das Operadoras Braztoa, além da retomada do turismo internacional e comportamento do consumidor.
Salvador, Brasil. (Divulgação) |
Esta edição do Boletim chega embalada por duas novidades: a nova periodicidade, que passa a ser trimestral, e inovação na visualização dos dados, com os dados em BI (Business Intelligence), formato que condensa todas as pesquisas desde o início do Boletim Braztoa e as disponibiliza em gráficos dinâmicos que permitem filtros dentro de pontos específicos, possibilitando alcançar comparativos de maneira intuitiva e prática, com apenas um clique, já disponível no site da BRAZTOA (www.braztoa.com.br).
“O Boletim Interativo foi desenvolvido para apresentar em uma tela as informações do trimestre e série histórica da Braztoa. Desta forma a visualização do crescimento e da retomada da atividade pelos operadores é otimizada, e ainda permite maior autonomia aos gestores e a compreensão mais a fundo da realidade do setor, ao mesmo tempo que oferece uma ferramenta intuitiva e acessível a todos” aponta Rayane Ruas, Fundadora, SPRINT Dados.
Voltando os olhares para o desempenho das operadoras, 66,6% faturaram mais que no mesmo período de 2021 e 18,5% alcançaram a margem de 76% a 100% do ano passado. Quando levamos esse comparativo a 2019, período pré-pandemia que traz uma média histórica mais realista, o número de operadoras que ultrapassou 100% do faturamento cai para 14,81%, enquanto 37% faturaram entre 50% e 100%, e 48,1% ainda trabalham para alcançar 50% do que venderam em 2019.
Nos embarques, 51,8% ultrapassaram o número de embarques do mesmo período de 2021, 29,6% embarcaram entre 50% e 100% do ano passado, e 18,5% continuam com os embarques abaixo dos 50%. Ao comparar com a média histórica, 14,8% das operadoras foram além dos 100% de embarques feitos antes da pandemia, já 33,3% embarcaram entre 50% e 100%, 51,8% continuam trabalhando para alcançar 50% dos patamares de 2019.
Além disso, no primeiro trimestre de 2022, 71% dos embarques nacionais foram de novas vendas, sendo que 51% englobavam seguro-viagem, e, no internacional, 67% dos embarques vieram de vendas novas, com 78% contendo seguro.
Das vendas realizadas entre janeiro e março de 2022, 86% foram para viagens nacionais e 14% para o internacional. O Nordeste se mantém como região mais vendida. No ranking dos destinos, o primeiro lugar ficou com Salvador, seguido de Fortaleza, Maceió e Natal em segundo lugar, e Porto de Galinhas e Porto Seguro em terceira colocação.
Sobre a data de realização das viagens nacionais comercializadas nos três primeiros meses de 2022, 46,2% das foram para embarque já no primeiro trimestre do ano, 24,9% para o segundo trimestre, 23,1% para o segundo semestre do ano, e 5,9% acontecerão em 2023 ou depois.
No internacional, Cancun, Lisboa e Orlando ficaram empatados em primeiro lugar, seguidos de Paris em segundo, e Dubai e Egito figurando em terceiro no ranking.
Em relação aos embarques internacionais, 28,6% aconteceram no primeiro trimestre, 28,6% ficaram para período entre abril e junho, 23% para o terceiro trimestre, 11,9% para o quarto, e 7,9% se realizarão em 2023 ou depois, o que mostra o aumento da confiança das pessoas na segurança das viagens e na credibilidade das operadoras, com compras feitas com maior antecedência.
Retomada Do Internacional
As viagens internacionais sempre foram muito queridas entre os brasileiros e responsáveis por uma fatia considerável do faturamento das operadoras. Apesar de ficarem atrás dos destinos nacionais, o desejo de conhecer lugares fora do Brasil sempre esteve presente, mas a decisão de fazer as malas para além das nossas fronteiras pode ser adiada ou antecipada por diversos fatores externos.
No período de janeiro a março deste ano, 62% das operadoras indicaram uma alta significativa nos preços das viagens internacionais. Mas isso parece não ter inibido o interesse e procura das pessoas, já que, para 85,2% dessas empresas a procura por viagens internacionais cresceu muito ou muitíssimo. Enquanto para 14,8% a procura se manteve ou teve pouco aumento.
Para 85,1% das operadoras, a abertura de fronteiras e a queda gradativa do dólar foram os principais responsáveis por esse avanço do turismo internacional. 55% dessas empresas perceberam um fluxo de passageiros que trocaram viagens domésticas por países fora do Brasil, sendo que, deste montante, 48,5% afirmaram terem efetuado trocas de destinos nacionais por internacionais.
Entre os destaques nas buscas estão a Europa (59%), Estados Unidos (40%) e Argentina (25%). Já entre os produtos mais comprados nas viagens internacionais, destacam-se, em ordem decrescente: Luxo, praia e sol, cultural, bem-estar, lua de mel e cruzeiros, gastronomia, religioso, aventura e ecoturismo, esportes e negócios/eventos.
“Esse cenário mostra que a demanda reprimida por viagens segue se concretizando, com embarques mais próximos entre as pessoas de maior poder aquisitivo – vide o destaque para as viagens de luxo -, mas também ganhando força entre todos os brasileiros que amam viajar e que estão se organizando para que o tão desejado roteiro dos sonhos saia do papel e se torne realidade”, reforça Roberto Haro Nedelciu, Presidente, BRAZTOA (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo).