O Governo dos Açores tem até 2025 para privatizar 51% da Azores Airlines, do Grupo SATA, mas a sua gestão defende que a privatização “seja o mais rapidamente possível”, revelou o seu Presidente do Conselho de Administração, Luís Rodrigues, em entrevista ao “Açoriano Oriental”.
(© PressTur) |
O executivo explica nas mesmas declarações que considera que enquanto a companhia aérea se mantiver pública “o acionista nunca vai conseguir capitalizar estas oportunidades de crescimento”, que diz existirem “na rede, na manutenção, na formação, em serviço partilhados, no handling e por aí fora…”
A tese de Luís Rodrigues é que “há uma agenda política gerindo e de cada vez que o Governo quiser investir mais um euro na SATA, vai haver alguém que diz: então e esta escola, este hospital e esta estrada?”. O executivo remata seguidamente que compreende isso “perfeitamente”, mas que isso também significa “que a SATA não vai conseguir crescer…”.
Aliás, pior ainda é que, diz também Luís Rodrigues “se não conseguir crescer vai definhar e o caminho é inevitável: a empresa vai ao chão”, porque, explica, “uma companhia aérea com oito aviões operando em mercado aberto não tem como se sustentar a longo prazo”.
Na mesma entrevista, o Presidente da SATA, que se recusou a revelar quais os resultados do grupo no primeiro semestre, comentou apenas “que está em linha com o que está no Plano de Reestruturação de Bruxelas” e avançando que, incluindo juros e amortizações, “o resultado líquido ainda é negativo”.
Luís Rodrigues destaca como principal preocupação o impacto negativo do aumento de custo dos combustíveis, mas também diz acreditar que “o preço do combustível, como está, é insustentável a prazo” e que, “quando voltarmos à normalidade, chamemos-lhe assim, a Azores Airlines tem condições para ser perfeitamente sustentável”.