A TAP indicou hoje que no segundo trimestre deste ano obteve 740 milhões de euros a título de receitas de passagens, que englobam as vendas de voos em todos os mercados em que a companhia aérea está presente, praticamente igualando o trimestre homólogo de 2019, pré-pandemia, em que realizou 742,3 milhões de euros.
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No conjunto do semestre, apesar do impacto da pandemia de covid-19 mais forte nos primeiros três meses deste ano, com 1.152,7 bilhão de euros de receitas de passagens, a TAP limitou a 9,6% a quebra dos proveitos de passagens aéreas face a 2019, em que tinha realizado 1.275,1 bilhão de euros.
A companhia aérea ao apresentar hoje as suas contas deu nota de dois fatores que pesaram nessa tendência de recuperação mais forte das receitas de passagens: as subidas da taxa de ocupação dos voos e do yield, que é o preço médio que cada passageiro pagou por quilômetro voado.
O CFO da TAP, Gonçalo Pires, divulgou hoje à imprensa que a companhia aérea teve no primeiro semestre um aumento da receita unitária, que é o yield ponderado pela taxa de ocupação, em 6%, para 6,41 centavos do euro, com a taxa de ocupação a subir para 84% e o yield a aumentar para 8,51 euros, especificando que o yield tem estado em média 12% acima dos níveis de 2019.
A informação divulgada hoje mostra que os indicadores de receita estão com aumentos acima dos indicadores de custos sem fuel, que é a ‘medida’ mais utilizada pela aviação, já que o combustível tem os preços fixados pelo mercado.
Gonçalo Pires indicou que o CASK (custo por lugar x quilômetro voado) ex-fuel, sem incluir o combustível esteve 9% mais baixo no primeiro semestre deste ano que no período homólogo de 2019, situando-se em 4,42 euros, o que significa que a TAP teve uma margem de quase dois euros, antes de combustível, cujo custo disparou para 409 milhões de euros no semestre, face a 360,3 milhões em 2019, em que a TAP estava operando com mais aviões.
A TAP realçou que face a 2021 o agravamento dos custos com combustíveis foi de 91 milhões para 409 milhões, apesar de ter uma ‘poupança’ de 78 milhões pelo hedging, agravado principalmente pelo preço (mais 199 milhões) e por maior consumo (148 milhões).
Desta forma, a companhia aérea, que não apresentou estimativa de resultados para o fim do ano, embora insistindo sempre estar a cumprir o plano negociado com a União Europeia, apontou para uma continuação da recuperação, estimando que este verão terá 89% da capacidade que tinha na época homóloga de 2019, depois de ter cancelado preventivamente 156 voos e realocado 14 mil passageiros, e chegar a 93% no último trimestre.
Ainda assim, no semestre a companhia aérea, que tradicionalmente perde dinheiro na primeira metade do ano, que é época baixa da aviação, a TAP informou que teve um prejuízo líquido no semestre de 202,1 milhões de euros, menos 291,1 milhões que no período homólogo do ano passado, nomeadamente por ter obtido lucro operacional, de 4,4 milhões de euros, com 66,4 milhões no segundo trimestre.