Os aeroportos europeus reduziram de 14%, em dezembro, para 11%, em janeiro, a quebra para os meses homólogos pré-pandemia de 2019, informou hoje o ACI Europa, cujo Diretor-Geral, Olivier Jankovec, destacou a “resiliência da procura face às tarifas mais elevadas e pressões inflacionistas”.
(Arquivo) |
O executivo, em declaração publicada pela Associação, destacou ainda que 42% dos aeroportos europeus já recuperaram os níveis de tráfego pré-pandemia e afirmou esperar que muitos mais se sigam.
Na mesma declaração, Olivier Jankovec destacou a continuada expansão de capacidade por parte das companhias aéreas ultra-low cost e o recente levantamento das exigências pré-partida na China.
“Por agora, o nosso foco imediato é preparar a estação de pico do Verão”, acrescentou, anunciando seguidamente que todos os parceiros de negócio foram instados a identificar possíveis riscos e pontos de fricção, bem como desenharem medidas de mitigação.
Segundo o ACI em 2022 perto de 2 bilhões de passageiros passaram por aeroportos europeus, cerca do dobro de 2021, embora ainda 21% abaixo de 2019, pré-pandemia, e com apenas 27% deles a atingirem os níveis pré-pandêmicos, dos quais cerca de 90% são pequenos aeroportos regionais.
Já em janeiro deste ano, o número de passageiros ficou apenas 11% abaixo do mês homólogo de 2019 e 11 mercados a atingirem “a recuperação total”, com aumento em 12,8%, Chipre, com +11,2%, Luxemburgo, com +9%, Croácia, com +5,4%, Malta, e Roménia, com +3,2%.
Os países onde os aeroportos se mantêm mais distantes dos níveis de tráfego de 2019 são a Eslováquia, com -45,2%, Eslovênia, com -44,1%, República Checa, com -33,3%, e Alemanha, com -31,7%, que o ACI considera refletir o impacto da guerra na Ucrânia e falta de penetração do tráfego low cost.
A Associação aponta ainda na sua análise para a evolução positiva nos maiores mercados, à exceção da Alemanha, com aumento em 2,2% em Espanha, e quedas de -4,7% em Itália, -11% em França e -14,3% no Reino Unido.
O ACI assinalou ainda que no conjunto que designa por outros mercados, em que inclui Albânia, Arménia, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Israel, Cazaquistão, Kosovo, Macedónia do Norte, Moldóvia, Montenegro, Rússia, Sérvia, Turquia, Ucrânia e Uzbequistão, o número de passageiros aumentou 27%, com +86,2% na Albânia, +6,6% na Rússia, +80,9% na Arménia, +6,2% em Israel, +39,6% no Kosovo e +28,3% na Sérvia.
A Associação assinalou ainda que os cinco maiores aeroportos europeus ainda ficaram 10,6% abaixo de janeiro de 2019, com +8,1% em Istambul, hub da Turkish, que se manteve nº1 com 5,64 milhões de passageiros, -7,4% em Londres-Heathrow, hub da British Airways, com 5,49 milhões, -12,1% em Paris Charles, hub da Air France, com 4,72 milhões, +1% em Madrid, com 4,43 milhões, que o ACI atribui à penetração das low cost e fraca exposição ao tráfego da Ásia, e 22,2% em Amesterdã-Schiphol, com 3,9 milhões de passageiros.
Sobre os restantes maiores aeroportos europeus, grande parte deles já acima dos níveis pré-pandemia, o ACI começa por apontar Lisboa, com aumento em 13,3% em relação a janeiro de 2019, Atenas, com +3,9%, Dublin, com +2%, Istambul-Sabiha Gokcen, com +1,3%.
Abaixo de janeiro de 2019 ainda estiveram Berlim, com -45,9%, Munique, hub da Lufthansa, com -28%, Londres Gatwick, com -26,9%, e Frankfurt, também hub da Lufthansa, com -21,3%.
O ACI realçou ainda que se verificam grandes diferenças de desempenho nos aeroportos regionais, com crescimentos nos que servem destinos turísticos ou ‘assentam’ em companhias aéreas low cost, entre os quais aponta o Funchal, com +38,5% que em janeiro de 2019, bem como Varna, com +60,1%, Batumi, com +56%, Memmingen, com +40,5%, Paphos, com +39,2%, Alghero, com +31,5%, Bergamo, com +22,3%, Cracóvia, com +19,8%, Catânia, com +14,6%, Charleroi, com +13,6%, e Eindhoven, com +12,9%.