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Maior Da Década, Temporada De Cruzeiros 2022/2023 Injetou R$ 5,1 Bilhões Na Economia Brasileira

Com quase 803 mil cruzeiristas embarcados, o período apresentou crescimento expressivo em número de viajantes e geração de empregos, trazendo impactos positivos para toda cadeia do turismo 

Cada 1 real investido no setor de cruzeiros movimentou R$ 4,05 na economia nacional. É o que mostra o Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil – Temporada 2022/2023, produzido em parceria entre a CLIA Brasil e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e lançado na semana passada durante o 5º Fórum CLIA Brasil 2023, em Brasília. A pesquisa traz dados inéditos do setor no Brasil e no mundo, além de traçar a interferência do cenário da economia nacional e internacional no comportamento do turista. 

(Divulgação) 

Consolidada como a maior dos últimos 10 anos, a Temporada 2022/2023 mostra a força do setor de cruzeiros, apresentando recordes em diversas esferas, desde o número de cruzeiristas (desde 2011/2012), passando pelos avanços na eficiência dos navios, pelos múltiplos roteiros que possibilitaram que mais pessoas embarcassem e conhecessem mais destinos, e chegando à ampliação do impacto econômico e elevação do número de empregos gerados. 

Nove navios percorreram 17 destinos dentro do Brasil. Nesta temporada, houve expressivo aumento do número de viajantes quando comparada à anterior (2021/2022), totalizando 802.758 cruzeiristas, resultado muito superior, inclusive, a 2019/2020, antes da pandemia. 

A Temporada 2022/2023 de Cruzeiros Marítimos (de outubro de 2022 a abril de 2023) também registrou aumento significativo na movimentação econômica, injetando R$ 5,1 bilhões na economia brasileira. Esse número engloba tanto os gastos diretos, indiretos e induzidos das companhias marítimas, quanto os gastos de cruzeiristas e tripulantes. Além disso, o setor gerou R$ 546,2 milhões em tributos, nas esferas federal, estadual e municipal (esse índice ficou em 213 milhões na temporada anterior). 

Vale ressaltar que o impacto econômico de R$ 5,1 bilhões engloba o que é gerado pelas armadoras, de aproximadamente R$ 3 bilhões. Aqui, os gastos com combustíveis são os mais significativos entre as despesas realizadas. Já o impacto gerado pelos gastos dos cruzeiristas e tripulantes nas cidades e portos de embarque/desembarque e trânsito foi de R$ 2,1 bilhões, seis vezes maior que o gerado na temporada anterior. Além do maior número de navios, o aumento da eficiência (quantidade média de cruzeiristas por navio) também foi significativamente superior. 

Os setores mais beneficiados com os gastos dos cruzeiristas e tripulantes (sem contar as armadoras) foram: alimentos e bebidas (R$ 631,4 milhões), comércio varejista - despesa com compras e presentes – (R$ 618,4 milhões), seguido por transporte durante a viagem (R$ 508,9 milhões), transporte antes e/ou após a viagem (R$ 325,3 milhões), passeios turísticos (R$ 260 milhões), e hospedagem antes ou após a viagem de cruzeiro (R$ 93,8 milhões). 

O levantamento ainda mostra que o gasto médio por pessoa com a compra da viagem de cruzeiro foi de R$ 5.073,51 e o tempo médio da viagem foi de 4,9 dias. Além disso, o estudo indica que a média de impacto econômico gerada por cada cruzeirista nas cidades de escala foi de R$ 639,37 e de R$ 813,56, nas cidades de embarque e desembarque. 

“Mais leitos ofertados, mais cruzeiristas, mais roteiros e maior eficiência dos navios levaram a indústria de cruzeiros no Brasil a alcançar números recordes nesta temporada e mostrar sua força e alta capacidade de retomada”, disse Marco Ferraz, Presidente, CLIA Brasil. 

Entretanto, a temporada passada e a próxima são as de maiores custos operacionais de todos os tempos. "O Brasil teve uma rápida recuperação no pós-pandemia, mas uma retomada mais forte de outros países mais competitivos traz um grande risco de perdermos navios futuramente. Por isso, precisamos buscar melhorias em temas como infraestrutura, segurança pública, regulação e desenvolvimento de novos destinos, além de estarmos preparados para receber os novos navios, que são maiores, mais tecnológicos e sustentáveis", explica Ferraz. 


Empregos 

Durante a temporada 2022/2023 foram gerados 79.567 postos de trabalho na economia brasileira, o que representa um resultado 3,5 vezes superior ao apurado na temporada anterior. Do total de empregos criados pelo segmento, 1.652 foram de tripulantes dos navios (35,1% superior ao gerado na temporada anterior) e outros 77.915 empregos diversos, de forma direta, indireta e induzida (resultado quase quatro vezes maior que o observado em 2021/2022), motivados pelos gastos das armadoras e dos cruzeiristas e tripulantes nas cidades portuárias de embarque/desembarque e visitadas, além dos gerados na cadeia produtiva de apoio ao setor, como agências de viagens e operadoras de turismo. 


Perfil do Viajante 

Quase 92% dos pesquisados desejam realizar uma nova viagem de cruzeiro, e 87% querem retornar ao destino de escala, índice que reforça o papel da viagem de cruzeiro como uma vitrine para os viajantes conhecerem diversos destinos de maneira dinâmica e voltarem em um outro momento. Além disso, a ampla maioria dos entrevistados (78%) desceu em, pelo menos, uma parada do roteiro. 

Quanto à frequência, 66,1% dos cruzeiristas realizavam sua primeira viagem de navio, enquanto os 33,9% restantes já haviam viajado de cruzeiro, em média, aproximadamente quatro vezes, o que demonstra que os cruzeiros estão sempre levando novos turistas aos destinos dos roteiros. 

Quando perguntados sobre o destino de preferência no Brasil, 66,2% informaram o Litoral Nordeste, e entre os que apontaram interesse em realizar cruzeiros no exterior, 41,8% indicaram o Caribe e 36,8% a Europa como preferência de viagem. 

60,8% são mulheres e 39,2%, homens. Em relação ao estado civil, 61,4% informaram ser casados ou estar em união estável. De maneira geral, os cruzeiristas viajam acompanhados (98,9%), sendo os principais acompanhantes filhos e parentes (51,9%), cônjuge (24,7%), e amigos (19,5%). 


Brasileiros pelo Mundo 

O número de turistas residentes no Brasil que realizaram viagens de cruzeiros no exterior durante o ano de 2022 foi de 75.300, gerando uma receita estimada de R$ 554 milhões (R$ 320 milhões a mais que em 2021). 

Caribe e Mediterrâneo foram os principais destinos de preferência. 


Setor de Cruzeiros no Mundo 

No mundo, o setor mostra a tendência de crescimento contínuo através dos investimentos em novos navios, com aumento da quantidade e diversificação dos cruzeiros. A indústria recebeu 26 navios em 2022, e receberá 22, em 2023, com capacidade adicional de pouco mais de 104 mil leitos, além da previsão de mais navios e leitos para os próximos anos (2024-2026). 

Segundo a Associação Internacional de Cruzeiros (CLIA) o total de cruzeiristas pelo mundo em 2022 foi de 20,4 milhões, com a expectativa de que esse número chegue a 31,5 milhões em 2023, o que evidencia a tendência de crescimento do setor. 


Sustentabilidade 

A preocupação com o meio ambiente é foco em diversos setores econômicos em todo o mundo, por isso a indústria de cruzeiros marítimos tem realizado investimentos e implementado diversos mecanismos para a redução de poluição e melhorias de eficiência na operação dos navios. As companhias marítimas associadas à CLIA, por exemplo, têm estabelecido metas ambiciosas, traçando o caminho para zerar a emissão de carbono até 2050. 

“O presente é positivo e o futuro pode ser ainda mais promissor se conseguirmos melhorar a competitividade do setor no Brasil e América do Sul, sempre com responsabilidade e muito trabalho focado nas pessoas, no meio ambiente, no compliance e nas comunidades visitadas pelos navios. A CLIA trabalha continuamente para que a indústria de cruzeiros siga evoluindo e possa contribuir ainda mais para a economia e geração de empregos na nossa região”, completou Ferraz. 


Destaques da semana

Accor reforça a importância das Américas para a expansão do Grupo

Reconhecida como um impulsionador de crescimento de marca e hotéis, a região continua sendo uma das principais áreas geográficas de foco do Grupo  São Paulo - Jean-Jacques Morin, Group Deputy CEO e CEO da divisão Premium, Midscale & Economy (PM&E) da Accor visitou recentemente a região das Américas e reforçou a importância do mercado para as ambições de crescimento global da rede. Globalmente, a divisão PM&E representa 90% dos hotéis da Accor e gera 70% das receitas do Grupo. Com o objetivo de expandir o portfólio regional de 450 a 600 hotéis PM&E nas Américas até 2027, a Accor está investindo em suas melhores marcas globais, como Novotel, Pullman, Grand Mercure e ibis (celebrando seu 50º aniversário neste ano). Atualmente, a Accor conta com 77 hotéis PM&E em desenvolvimento nas Américas.  Jean-Jacques Morin, Group Deputy CEO e CEO da divisão Premium, Midscale & Economy (PM&E), Accor. (© Accor)  “A região das Américas tem grande potencial, combinando eficiê

Copastur Registra Aumento No Setor Hoteleiro Para A Cúpula Do G20 No Rio De Janeiro

Reservas para o período do encontro, entre 18 e 19 de novembro, registraram crescimento de 6%, já elevando a demanda do mês como um todo em 2% na hotelaria - com elevação também nas tarifas  São Paulo - Com a aproximação da cúpula do G20, que será realizada no próximo mês no Rio de Janeiro, a Copastur, empresa brasileira especializada em viagens corporativas, observou um aumento expressivo na demanda por voos e hospedagens. As reservas para o período do encontro, entre 18 e 19 de novembro, registraram crescimento de 6%, elevando a demanda do mês como um todo em 2% na hotelaria da cidade. (BTS.news/Arquivo)  Com a maior demanda, como ocorre naturalmente, a empresa identificou um crescimento de 22% nas tarifas aéreas e 10% nas diárias de hotéis, mostrando o impacto econômico que o evento trará para a cidade e a necessidade de os viajantes anteciparem ao máximo sua programação. De acordo com o levantamento, as rotas mais impactadas incluem São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Vitória. O t

Fraport: Volumes de passageiros se mantêm estáveis no aeroporto de Frankfurt em outubro

- 5,7 milhões de passageiros no Aeroporto de Frankfurt  - Ligeiro aumento de 0,3 por cento em relação ao ano anterior   - Passageiros do Fraport Group como um todo aumentaram 2,5% para 16,9 milhões  Frankfurt, Alemanha - Em outubro de 2024, aproximadamente 5,7 milhões de passageiros viajaram pelo Aeroporto de Frankfurt (FRA), um ligeiro aumento (0,3%) em relação ao mês correspondente de 2023. Durante as férias escolares de outono no estado alemão de Hesse, os voos para locais de clima quente tiveram uma demanda especialmente grande. Eles incluíram destinos na Grécia, Ilhas Baleares e Ilhas Canárias. No entanto, os volumes de passageiros ainda estavam cerca de 11,6% abaixo do mês correspondente de 2019.  Vista do pátio de aeronaves no FRA. (© Fraport)  A maioria dos aeroportos operados pelo Fraport Group fora da Alemanha registrou crescimento de passageiros em outubro de 2024.  O volume no Aeroporto de Liubliana (LJU) na Eslovênia cresceu 7,3% ano a ano para 127.572 viajantes. 

MTur busca atrair novos voos e rotas ao Brasil em evento internacional de aviação nas Bahamas

Secretário Carlos Henrique Sobral apresentou oportunidades de atuação no país durante fórum da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), que reuniu líderes e autoridades globais do setor  Atrair novos voos e rotas aéreas ao Brasil e aumentar operações já existentes. Este foi o objetivo da participação do Ministério do Turismo brasileiro no ALTA AGM & Airline Leaders Forum 2024, realizado esta semana em Nassau (Bahamas). Na sua 20ª edição, o encontro, organizado pela Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), reuniu cerca de 400 líderes do setor e autoridades globais para discutir os desafios e impactos da aviação no desenvolvimento local.    MTur buscou ampliar o número de novos voos e rotas aéreas para o Brasil durante fórum da ALTA nas Bahamas. (© MTur) Representando o MTur, o Secretário Nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimentos no Turismo, Carlos Henrique Sobral, promoveu reuniões bilaterais e apresentou oportunidades