A pandemia da Covid-19 foi um grande exemplo de como o setor de hotelaria e turismo possui um déficit no que se refere à Gestão de Riscos e Governança - tanto que neste ano vieram a público diversos escândalos envolvendo o setor, como pedidos de falência, recuperação judicial e, até mesmo, problemas com clientes e fornecedores.
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Para Claudinei Elias, Fundador da Bravo GRC (empresa de tecnologia e consultoria especializada na implementação de soluções de Governança, Gestão de Riscos corporativos e ESG), as situações vivenciadas em 2023 mostram que o setor ainda não tem maturidade quando o assunto é monitoramento de riscos e governança.
E no segmento de hotelaria e turismo existem algumas peculiaridades. “A natureza altamente dependente do local e do capital intensivo da indústria hoteleira pode exigir uma governança mais descentralizada e uma gestão de riscos focada em questões como propriedade imobiliária, segurança do local e sustentabilidade ambiental. Além disso, a alta sensibilidade do setor a fatores externos, como condições econômicas e eventos globais, pode exigir uma gestão de riscos mais dinâmica e proativa”, conclui o especialista em GRC e ESG.
Pensando nisso, o especialista separou os CINCO tópicos principais que uma empresa do segmento de Hotelaria e Turismo deve se atentar:
1. Estrutura de Governança: Mesmo dentre as pequenas redes de hotelaria e turismo, é necessário ter uma estrutura de governança clara e eficaz, que inclua um conselho de administração bem informado, processos de decisão transparentes e mecanismos de controle interno robustos. Tudo isso irá ajudar nos momentos de crise.
2. Identificação de Riscos: Cada vez mais as mudanças climáticas têm impacto o setor do turismo e da hotelaria. No último verão o litoral norte de São Paulo vivenciou um de seus piores momentos na história, por isso, saber identificar os riscos é primordial. Entender como eles podem afetar suas operações, seja como riscos financeiros, operacionais, estratégicos, ambientais, de conformidade ou de reputação, deixam os negócios mais bem preparados para futuros imprevistos.
3. Avaliação de Riscos: Por isso também que é essencial avaliar regularmente a probabilidade e o impacto dos riscos identificados, seja por meio de tecnologias ou contando com parceiros terceirizados para realizar as avaliações, cruzando possíveis informações de perdas e quase perdas. Lembre-se que estar preparado nunca é demais e possibilita a criação de uma “saída de emergência” para quando as coisas apertarem.
4. Controle de Riscos: A implementação de medidas para controlar os riscos, como diversificação de negócios, seguros, planos de continuidade de negócios e sistemas de gerenciamento de crises, junto da avaliação de questões de regulamentação, que são grandes questões para o setor. É preciso também levar em conta a região de atuação do negócio.
5. Monitoramento de Riscos: Se devemos estar informados diariamente sobre o que acontece no mundo, nos negócios não é diferente. Saber minimamente sobre todos os riscos que envolvem o setor e monitorar continuamente estes mesmos riscos, ajustando suas estratégias de controle conforme necessário. É essencial conectar e integrar com a performance corporativa.